terça-feira, 18 de junho de 2013

Preparar, manifestar, SENTIDO?!

O dia 17 de junho de 2013 sem dúvida entrou para a história como o ACORDA BRASIL que o brasileiro tanto esperava, mas não levantava a bunda do sofá para fazer. Toda a comoção nas ruas gerou o desespero das autoridades que, sem saber como reagir, falavam asneiras atrás de asneiras. Como um governante consegue identificar mais (muito mais) de 100 mil brasileiros como arruaceiros? Eu lhes digo como: depois do movimento "caras pintadas" (1992), nunca antes na história desse Brasil de meu Deus aconteceu algo assim.

Nesta última segunda-feira a internet ajudou o povo a mostrar o seu poder. Milhares de cidadãos saíram às ruas para reclamar seus direitos, e sim, os vinte centavos fazem parte da manifestação. Os vinte centavos foram a gota d'água, foram o estopim, o "pedala" que o brasileiro tomou na cabeça pra acordar. E então o nosso gigante, idoso e aleijado Brasil acordou.


O que eu vos pergunto é: qual o sentido nisso tudo? O estopim foi o preço da passagem de ônibus? Ótimo. Mas e quando eles baixarem (se é que vão) o valor, todo esse manifesto vai acabar? Todos vamos voltar para casa e assistir televisão, compartilhar "humor no face" e voltar ao estado vegetativo?

A pergunta é: o gigante acordou para arregaçar as mangas, ou vai voltar a cochilar?

É justo com todas essas pessoas, policiais e civis, que sofreram repressão, que a coisa toda se esvaia? Que toda a luta, cartazes, balas de borracha e barulho tenham sido em vão?

Não, não é justo. Por isso eu digo: não deixem de lutar. Ainda que a causa seja vinte centavos, dez reais ou bilhões: há uma causa, e basta ter uma causa para que ela valha a pena, por menor que seja.

Eu não consigo descrever o quanto fiquei arrepiada com toda a situação, aqui do meu sofá (sofá não porque eu não tenho, aqui da cama). O sentimento de patriotismo aflorou - porque até então ninguém sabia exatamente o que era patriotismo. O ódio da polícia atacando de graça manifestantes pacíficos. O nojo de pseudo-manifestantes que tinham um maior interesse em pichar o símbolo da anarquia nos ônibus e prédios públicos do que pela defesa da causa. Tudo isso levou a população brasileira a um novo patamar.

Desejo que esse patamar não caia. Que esse sentimento reverbere por todas as gerações que vierem. Que nós tenhamos orgulho da nossa luta assim como os caras pintadas tiveram. A luta brasileira é verde e amarela em toda a sua essência, é nativa, é forte, é brava.

MUNDO: TU VERÁS QUE UM FILHO DO BRASIL NÃO FOGE À LUTA.



E é.




sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bem vinda à Sorocaba

   1º de maio. Foi no dia do trabalho que eu dei uma reviravolta na minha vida para... Trabalhar.

  Após me mudar de São Bernardo para São Roque, agora eu levaria minhas malas para outro S: o de Sorocaba. Se eu for cada vez mais para o interior, daqui a pouco eu vou parar lá em Buenos Aires. Não que eu ache isso ruim.

Apenas uma humilde residência na Argentina.

  Pois bem, foram dez anos na cidade da garoa gelada e da pista de ski. Foi a melhor adolescência que eu poderia ter. Cidade tranquila, amizades boas. Mas quem cresce a cabeça não quer ficar em lugar de cabeça pequena. Sim, São Roque é ótimo, mas as pessoas tem uma mente pequeníssima, sem vontade de crescer ou ser mais que um vendedor de lojinha do centro. Não estou desmerecendo os vendedores de lojinha do centro, mas porra, se você pode mais, porque não correr atrás?

  Foi o que eu fiz. Corri atrás e cheguei aqui, no início de toda a minha carreira de jornalistona.

  Comecei um estágio foda na parte de rádio. Escrevo, faço locução e edito um programa de rádio diário para a Rádio Cruzeiro do Sul (claro, com a ajuda da equipe liiiiiinda do Laboratório de Comunicação da Uniso, do qual faço parte com todo o orgulho que me cabe <3). Ele se chama Rádio Jornal Inclusão, e traz notícias sobre e para deficientes, pessoas com mobilidade reduzida e idosos. As notícias são sobre saúde, legislação, qualidade de vida, tecnologias e o que mais pintar.

Rádio Jornal Inclusão, com um dos Fer's da minha vida,
e o técnico Paulo mandão lá atrás.
 
  A verdade é que eu nunca pensei que fosse fazer rádio. Pra mim, minha vida seria em uma redação de jornal, no máximo, em uma revista. Pois bem, eis que eu me identifiquei com uma das duas vertentes do jornalismo que eu mais rejeitava. Encontrei a paixão pelo rádio, pela locução, pela escrita. Escrita simples, pra ser entendida de primeira. Acreditem, é muuuuuuuuuito difícil, mas muito recompensador. Principalmente quando você trabalha com um dos caras mais foda da área de rádio na região (beijo, Fer!) e quando outro professor vem dizer que ouviu teu trabalho e que curtiu (beijo, Raul!). A palavra pras minhas tardes é: re-com-pen-sa-dor.

  Aí depois de um tempo trabalhando com rádio uma outra proposta surge. Uma proposta pra trabalhar em um lugar que eu NUNCA, vou repetir, NUNCA imaginei trabalhar: a televisão. Sempre achava que não ia dar certo, que eu não prestava pra isso, que a coisa era muito rápida e dinâmica pra mim. Pois bem, não é e tá longe de ser. Na real? Televisão dá um tesão e-nor-me! A falta de rotina, os casos que chegam até nós, a disciplina, a correria, as mil risadas que só a galera de comunicação pode proporcionar... A palavra pras minhas manhãs é: te-são.

Foi o melhor que eu consegui.
Não dá tempo de tirar foto na redação da tv. 

  Essa é a parte do trabalho, é isso o que estou fazendo. Mas aí tem outro ponto da minha nada mole vida: onde estou morando. Por favor, Jô, já tenho história pra ir contar no seu programa viu! E quem sabe escrever um livro? Sonhar ainda não paga - ainda. 

  Eu estou morando em uma pensão, em Sorocaba, com mais SETE meninas. Dentre essas sete, duas são chinesas e duas são espanholas. ¿Qué tal? Mas os diálogos e situações com elas são para outro post. 

  E eu tenho um carro. Ou seja, independence year!

  Obrigada Sorocaba por me acolher e dar esse start na minha vida pessoal e profissional. É tóis!

Gets so heavy, but it's extraordinary.