terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O limite do "tapas e beijos"

  Você, que namora, é casado ou já foi uma dessas coisas, me responda: quantas vezes vocês brigaram por motivos fúteis?


  Eu, como boa cidadã do mundo, tenho amigas. E não precisaria delas pra chegar a uma conclusão sobre o assunto, até porque eu também sou assim. Brigas por qualquer motivo besta como "demorar pra escolher o sanduíche" ou por motivos de roupa, amigos etc. Elas sempre têm espaço em qualquer relacionamento.

 Particularmente, eu e meu namorado brigamos bem. Com uma certa frequência e com todo o drama possível. É o que acontece quando temos dois gênios e personalidades completamente diferentes. Ainda assim, o amor bate à porta e nos amarra em uma daquelas cordas brilhantes e mágicas. Mas, na real, porque brigamos tanto por tão pouco?



  Seria tão mais legal se eu soubesse, de fato, o que acontece. 

  Mas eu tenho uma teoria: acredito que as pessoas busquem que seu(sua) companheiro(a) a(o) reconquiste. Esse é o real motivo de tantas brigas, afinal, quem pode contra o sexo de reconciliação? Não só o sexo, se você não pratica esse pecado o beijo de reconciliação já está de bom tamanho. 

  As pessoas imploram por um pouco de romantismo e de algo a mais do que "eu te amo" no dia a dia. Porque pensa comigo, a cada dia, com toda essa correria típica de trabalho, faculdade e crianças, quem pensa em romantismo? 

  A verdadeira busca nesses dias é com relação ao conforto da "home". Chegar em casa e saber que tem alguém ali que não vai iniciar uma discussão de "o que houve" e "por que você está diferente". Abrir a porta, dar um estalo de beijo, ir pro banho, colocar o pijama, jantar e sentar em frente à TV, absolutamente sem nada pra pensar.

 O problema é que muitas coisas se perdem se isso acontece todos os dias. Muitos "você está linda(o)", "senti sua falta" e "você é meu _________ (introduza seu apelido amoroso brega aqui - nem vem, todos temos um!)" se perdem com o passar dos dias, e como eles fazem falta. Por isso, chegamos às brigas.

  Praticamente colocamos uma faca no pescoço do outro, implorando por um pouco de flores nesse relacionamento. Mas o erro também está aí. Uma briguinha ou outra, que não dure mais do que 10 minutos é ótimo: acende o fogo, esquenta as coisas. Mas fazer disso uma rotina, infernizando a vida não só do companheiro, mas a sua também, é esgotante. Brigar exige força pra ter raiva da pessoa que você ama, exige força pra manter essa raiva por um período significante (ah, o orgulho).

  E, quando a raiva vem acompanhada do esgotamento, só há um caminho: o do fim. Os dois componentes dessa relação começam a acreditar mesmo que estão com raiva, que se odeiam e que portanto não se amam. É aí que grandes paixões se perdem. 

  Apenas porque não foram ditas coisas bacanas ou porque carinhos não foram feitos. Muitas vezes, um carinho no rosto, no braço, na perna, um cafuné simplesmente, sem precisar falar nada, já é o bastante pra não deixar a chama morrer. Um relacionamento é feito de pequenas coisas, todos os dias. Você aí, que tem uma planta, um cachorro ou um bichinho virtual: não é preciso aguar, alimentar e cuidar todos os dias dessas criaturas? O relacionamento a dois é uma criatura. É preciso cuidar, engolir o orgulho na hora certa. 



  Por isso eu vos faço um desafio: neste ano de 2013, ou até onde você aguentar, diga uma coisa gentil ou faça um carinho todos os dias. Pelo menos uma. Desculpa, mas só "eu te amo" já não vale mais, infelizmente. Perdeu a força. Pode significar o que for pra vocês (como pra mim, que realmente significa amor), é preciso mais hoje em dia. Um beijo na testa, um carinho na barba, um beijo demorado. Eu percebi que os casais já não se beijam com tanta frequência. É sempre aquela coisa só de boca, sem língua. Em que lugar enfiaram a paixão, o ardor? O pecado. O beijo de língua tem um quê de pecado delicioso. Um pecado que só nós, humanos, desfrutamos.

  A vida a dois nunca é e nunca será fácil, mas dá pra amaciar.

  E aí, rola um cafuné hoje?